Veronique Tadjo é uma escritora prolífica que publicou poesia, romances e histórias infantis. Nascida em Paris, mas criada em Abidjan, na Costa do Marfim, ela viveu posteriormente em muitos países do mundo, dando-lhe uma sensação sem raízes e diaspórica.
Nascida em Paris, criada em Abidjan, Costa do Marfim, e tendo morado em várias cidades de Lagos à Cidade do México, Veronique Tadjo sente-se completamente pan-africana; não apenas no sentido político, mas em termos de sua identidade individual, que ela vê como se fosse um produto do continente e não de seu país. Isso ressoa através de seu trabalho escrito; seus contos são muitas vezes atemporais e utilizam locais amorfos e indistintos que podem ser representações alegóricas de muitos países africanos. O escopo de seu assunto, a riqueza de suas imagens e a amplitude de alusões e referências que ela emprega também podem ser atribuídos à sua herança pan-africana, bem como ao uso de métodos tradicionais de contar histórias, que ela combina com formas experimentais modernas.
![Image Image](https://images.couriertrackers.com/img/rwanda/4/veronique-tadjoquots-literary-pan-africanism.jpg)
Veronique Tadjo, Cortesia Rama / Wikimedia Commons
Como tantos escritores diaspóricos e pós-coloniais, Tadjo se envolve com a multiplicidade da identidade contemporânea. Assim, suas histórias assumem um efeito em camadas que muitos podem achar confuso, pois histórias e tramas são descartadas e desenvolvidas aparentemente aleatoriamente, imitando os meandros e as inconsistências da vida real. Não surpreende que sua atitude em relação aos processos criativos seja igualmente aberta, utilizando e valorizando todas as habilidades artísticas que ela possui em igual medida, vendo arte visual e literatura como galhos da mesma árvore.
Temas particularmente ressonantes em seus escritos incluem a corrupção generalizada dos governos africanos neocoloniais. Ela também participou do projeto 'Ruanda - Ecrire par devoir de mémoire' de 1998, que levou artistas de diferentes mídias e nacionalidades a Ruanda para discutir o genocídio de 1994; falando das atrocidades cometidas lá com sobreviventes e testemunhas. Esse empreendimento artístico procurou pôr fim ao silêncio intelectual e acadêmico africano sobre o genocídio, na crença de que a ficção era a melhor maneira de manter vivas e relevantes as memórias e lições. Suas reflexões sobre o genocídio de Ruanda estão reunidas em À sombra de Imana; alguns de seus outros trabalhos incluem As the Crow Flies e Chasing the Sun.